A escrita
desde a sua constituição surge do empenho humano para concretizar sua
comunicação e seus registros, embasado nesta perspectiva, é que o objetivo
do presente trabalho é apresentar um breve estudo sobre a história da escrita,
desde os primeiros manuscritos, até a invenção
da imprensa por Gutenberg (séc. XV), aos primeiros impressos. Quais foram os caminhos trilhados pela humanidade
no processo da escrita e da leitura das mais variáveis formas, será um dos
enfoques principais aqui apresentados. Neste
texto teceremos algumas considerações sobre os impressos em tempos audiovisuais e na era da
informática: da linearidade à hipertextualidade. Será apresentada a concepção
do texto, bem como, a construção de conhecimento na Internet. Em um
enfoque político e reflexivo,
os textos apresentados, debatem sobre as
diferentes formas de apresentação da escritura no formato digital e o trabalho
com a mídia impressa utilizando recursos audiovisuais e hipertextuais. Pautado
em estudiosos da área trazendo uma maior reflexão para o leitor, bem como
relato de experiência da professora Alda Beraldo.
A escrita
tornou-se um instrumento de valor inestimável para a difusão de idéias e
informações. Esses acontecimentos surgiram com o homem primitivo no tempo das
cavernas, quando este começou a gravar imagens nas
paredes. Através deste tipo de representação (pintura rupestre), trocavam
mensagens, passavam idéias e transmitiam desejos e necessidades, essa forma de
expressão é chamada pictográfica. Foi somente na antiga Mesopotâmia que a escrita foi
elaborada e criada, os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme.
Desenvolve-se então, a escrita ideográfica, um dos inventos na progressão até a escrita
alfabética, agora usada mundialmente. A escrita
ideográfica, não utilizava apenas
rabiscos e figuras associados à imagem do que se queria registrar, mas sim, que
representasse uma idéia, tornando-se posteriormente uma convenção de escrita.
As letras do nosso alfabeto vieram desse tipo de evolução – discorre o texto. Os primeiros livros eram escritos a
mão, construídos pelos copistas, sendo esses monges, uma vez que as informações
era algo restrito apenas para igreja e nobres.
Hodiernamente, entendemos que não há dúvida de que a
conjugação de computadores, espaço virtual e hipertexto deram origem a um novo
suporte de leitura, o eletrônico / virtual, surge aí à escrita eletrônica.
A leitura e a escrita eletrônica
dão ao processo de alfabetização uma dimensão completamente nova.
Outra temática abordada diz respeito “a leitores e
práticas de leitores”. Na Idade Média a leitura era feita para de ouvintes membro do
clero ou nobreza – o lente – dada a escassez de manuscritos. A leitura
permanecia restrita a grupos controlados pela elite, também porque o acesso ao
conhecimento poderia subverter a ordem instituída. Com o advento da sociedade
burguesa passa a existir a democratização da leitura, quanto mais pessoas se
alfabetizavam, mais iam tendo acesso a livros e outros impressos. A leitura, atualmente,
é vista como ato individual que mantém uma dimensão socializadora, já que
constitui uma inserção do sujeito numa prática presidida por relações
interativas e produções de sentido das quais o leitor participa.
Assim como a professora Alda Beraldo que com
sua criatividade se valeu do que tinha para propagar a informação aos seus
alunos –“bibliojegue” pelas ruas da cidade, um jegue, uma carroça lotadas de
livros, a humanidade em tempos remotos utilizava de variados artifícios para
registrar suas emoções, informações... deixando de herança para gerações
vindouras.
Foi graças à criação de Gutenberg – a imprensa em 1450, que
permitiu o processo de popularização da leitura. A invenção da tipografia deu origem ao primeiro bem
de comércio uniformemente reproduzível, à primeira linha de montagem e à
primeira produção em série. A portabilidade do livro contribuiu para o novo culto do individualismo.
Esta característica criou uma crescente rapidez de leitura, tornada possível
com a impressão de letra “à máquina” ao contrário da manuscrita que era muitas
vezes difícil de decifrar.
Atualmente, existe também outra forma de difundir a
informação .popularizando cada vez mais
informação - a internet/hipertexto.
É valido frisar que nenhum novo meio de comunicação que surge substitui
o antigo, muito pelo contrário, apenas agrega valor juntamente com aquele que
já existia. Na tela do
computador, encontramos a escrita basicamente de duas formas. No formato texto,
formato semelhante ao dos rolos de papiro, onde também é preciso rolar o texto,
o que temos é apenas uma transposição do livro para a tela, e no formato hipertexto, no qual o
conteúdo é apresentado de forma não seqüencial, linear, o que permite ao leitor
uma diversidade de caminhos para a realização da leitura de um único texto.
O
hipertexto, nova forma de escrita e de comunicação da sociedade
informático-mediática, é também uma espécie de metáfora que vale para as outras
dimensões da realidade. A internalização da estrutura do hipertexto como
mediação para a produção de conhecimento implica novas formas de ler, escrever,
pensar e aprender. O hipertexto, pela
sua natureza não é seqüencial e não-linear, afeta não só a maneira como lemos,
possibilitando múltiplas entradas e múltiplas formas de prosseguir, afeta também,
o modo como escrevemos, proporcionando a distribuição da inteligência e
cognição. De um lado, diminui a fronteira entre leitor e escritor, tornando-os
parte do mesmo processo; do outro, faz com que a escrita seja uma tarefa menos
individual para se tornar uma atividade mais coletiva e colaborativa. O poder e
a autoridade ficam distribuídos pelas imensas redes digitais, facilitando a
construção social do conhecimento. É valido ressaltar as bibliotecas virtuais
como suportes multimídias desta interação.
Caminha-se para uma sociedade mais liberada na qual a
criatividade co-existirá com a interpretação textual. Mas, não se deve dizer
que o correto é substituir uma coisa velha por outra nova, e sim conservar as
duas. Um dispositivo hipertextual, que nos permite inventar textos novos, não
tem nada a ver com nossa habilidade para interpretar textos
pré-existentes. Alguns afirmam que os
computadores tornarão os livros obsoletos - os computadores reinventarão o livro, agora, no formato eletrônico. Qualquer que seja a descoberta, da mais simples a mais
arrojada, tem o seu papel e a sua relevância em um determinado contexto
histórico e social, estas se tornam cada vez mais essenciais nas experiências
contemporâneas, assumindo característica de produção, veiculação, consumo e uso
especifico de uma determinada cultura no mundo.
Lúcia Santaella em outro texto, define hipermídia como uma nova
linguagem híbrida que integra texto, imagens fixas e em movimento, som, música
e ruído. Transformando, assim, completamente o modo como entendíamos o texto, a
imagem e o som. Foram várias as mudanças desde os primórdios. Para a autora,
escrita e imagem não somente convivem como também se misturam a partir do
século XX. A cultura das mídias surge então, como à cultura da multiplicação
midiática que se intensificou com a mistura entre linguagens e meios. Na
internet, a forma de apresentação do texto muda da convencional para a
hipertextual. O texto foi inserido de várias maneiras durante a história da
humanidade e a forma digital é apenas mais uma delas. Apresentações textuais
tradicionais como jornais, enciclopédias e livros estão sendo digitalizadas e
mesmo assim muitas pessoas ainda acham a leitura no impresso mais confortável.
A hipermídia seria então uma forma privilegiada para mensagens curtas em formato
multimídia, que como as anteriores não substituiriam as já existentes e sim as
completariam.